Versos da panfolia, tomo 97
Madrugada
A noite
Com inveja do dia
Veste-se de uma palidez breve
E sugere alguma claridade.
Nega assim o seu próprio negrume
O mistério das seculares vigias
As horas de folias
No anonimato escuro
Que é o seu.
E aos poucos,
No engano cego de ser o que não é
De si nasce a luz que se escondeu
Cresce o grito da pressa de estar vivo,
E acordam em uníssono
À luz do sol nascente convocado
As almas que a dormir
Deixaram o mundo sossegado.
(poema gentilmente cedido por A.A. Eliecer)