(photo Anadolu Agency)
Donald Tusk, antigo primeiro ministro da Polónia, assumiu hoje funções como novo Presidente do Conselho Europeu. Substitui no cargo o primeiro dos seus titulares (lembro que a função foi criada com o Tratado de Lisboa, não existindo antes), Herman Van Rompuy.
Apesar de ser importante recordar que as funções a exercer por Tusk não são de natureza executiva – cumpre-lhe sobretudo, conforme os termos do Tratado, presidir aos trabalhos da instituição e assegurar a sua continuidade – a verdade é que a expectativa é muito grande, em particular no que respeita à representação externa em matéria de política externa e de segurança, competência que também detém.
Tusk é polaco, o primeiro líder de um país de leste a presidir a uma grande instituição europeia; resignou ao cargo de primeiro-ministro, funções que exercia com grande sucesso – e uma popularidade considerável no seu país -, quando se pôs a questão da sua escolha para as actuais funções (interessante notar o contraste com outros países europeus bem nossos conhecidos, já que a sua decisão foi saudada por muita gente na Polónia, considerando tratar-se de uma honra para o país). Tusk tem, além disso, a vantagem, mais do que virtual, de ser próximo de Angela Merkel, o que sempre ajuda.
O novo Presidente do Conselho Europeu apresentou hoje explicitamente as suas prioridades:
Reforçar a unidade política face ao crescente eurocepticismo na Europa. Na minha opinião será uma das suas mais importantes tarefas… e também a mais difícil.
Ajudar a reforçar o crescimento, pondo fim à crise financeira. Veremos como conjugará o objectivo com a estratégia adoptada pela nova Comissão Juncker.
Proteger a Europa das ameaças externas, uma alusão clara à Ucrânia e à ameaça russa.
Reforçar os laços com os EUA, com o acordo transatlântico como pedra de toque.
Muito se espera de Tusk, um primeiro ministro que pôs o seu país a crescer a mais de 4% ao ano em plena crise económica. E a Europa agradece. O trabalho começa já amanhã… (difíceis negociações para o Orçamento 2015).