Uma sondagem (do instituto Ipsos Moris) publicada na quarta-feira mostra um surpreendente apoio dos ingleses à permanência na União Europeia: 56% dos britânicos votariam hoje por permanecer na Europa, contra 36% e 8% de indecisos.
É a maior percentagem favorável à União no Reino Unido desde 1991. Vale o que vale, naturalmente, sobretudo à distância a que estamos de um eventual referendo no país (prometido por Cameron), que a ter lugar ocorrerá possivelmente em 2017. Mas é um sinal positivo.
Talvez (apenas talvez) o susto sofrido com o referendo escocês possa ser uma das razões desta surpreendente maioria de opiniões britânicas favoráveis à continuidade na família europeia: primeiro, porque a perspectiva de uma separação recordou aos ingleses, provavelmente, as vantagens da união; segundo, justamente porque os escoceses são largamente favoráveis à União e uma saída do Reino Unido poderia tornar a pôr em causa a permanência da Escócia.
É cedo e tudo pode acontecer. Mas a ideia feita que os ingleses são esmagadoramente contra a integração europeia, que tem vindo a fazer o seu caminho muito alimentada pelo crescimento eleitoral e peso mediático de partidos eurocépticos como o UKIP (Partido da Independência do Reino Unido), fica pelo menos abalada.