O que está em causa é saber se o Reino Unido permanece unido ou se, ao invés, a decisão de amanhã será o princípio do fim da velha união britânica (veja-se no blog do guardian o vídeo “Could Wales follow Scotland on the road to independence?”)
O que está em causa é também o princípio do fim da natureza inicial da União Europeia, confrontada finalmente e de forma telúrica com cisões fundamentais no seu seio – e com a necessária tomada de decisões que serão sempre dolorosas, optando entre o europeísmo dos escoceses ou o cepticismo inglês (porque, não tenham dúvidas, essa opção terá de ser assumida).
O que está em causa, finalmente, é a questão identitária na Europa: o que estamos a assistir na Ucrânia, com confrontos entre nações e identidades antigas e bem marcadas; as tensões catalã, basca, galega; o caso belga; a incomodidade na Padânia; e dezenas de outras situações, da França à Turquia, escondidas, camufladas, caladas, ignoradas, mas reais, que o resultado do referendo escocês poderá fazer explodir.
Depois de amanhã é o dia E – de Europa, também.
Convido todos os meus amigos a acompanhar o desenrolar dos acontecimentos com duas coisas em mente: esta semana decide-se se a Europa começada a desenhar em Vestefália prossegue, apesar de tudo intacta, com os seus velhos Estados-nação e uma construção europeia a servir de cimento, mesmo estalado; ou se o futuro, seja ele qual for, é já agora, no Reino Unido, na União Europeia, no leste da Europa.
E como “alimento para o pensamento” sugiro uma visita ao artigo do Observador onde dou antecipadamente respostas à questão escocesa e, já agora, para uma actualização constante, ao blog que o Guardian criou emhttp://www.theguardian.com/politics/scottish-independence-blog.
Boas leituras e bom dia E.