Nigel Farage, o grande vencedor das eleições europeias no Reino Unido, concluiu as negociações para a constituição do seu grupo – Europa da Liberdade e da Democracia, assim se vai chamar (ELD) -, que terá (para já) 48 membros.
O grupo, que já existia na legislatura agora finda, cresce assim de 31 para 48 membros. Além disso, Farage conseguiu cumprir a promessa de se distanciar de Marine Le Pen e da sua Frente Nacional, confirmando o seu posicionamento mais moderado e guardando o radicalismo essencialmente para a frente anti-europeia (e tendo como inimigos a UE/PE e o que apelida de centralismo de Bruxelas). Finalmente, ganhou para a sua causa alguns deputados também disputados pelos seus compatriotas conservadores, agrupados no grupo dos Conservadores e Reformistas (CRE) e pelos Verdes (caso dos italianos do 5 estrelas).
O maior contingente do ELD é constituído pelos 24 deputados do UKIP britânico; seguem-se 17 do partido e movimento 5 estrelas, de Itália, cujo líder é o comediante Beppo Grillo, talvez o maior fenómeno da política-anti sistema na Europa; há ainda dois membros lituanos, um checo, um francês, dois suecos (do partido dos Democratas Suecos, cujo ideário consiste essencialmente na saída da União) e um letão.
Apesar de tudo, e sem contar com os deputados que, por enquanto, ainda não estão associados a qualquer grupo político – ou não conseguiram criar um novo -, o ELD ainda deverá ser o mais pequeno grupo político do Parlamento Europeu. Neste momento, sujeito às contingências e decisões de última hora (a composição dos grupos deve estar concluída a 24 do corrente), o PPE tem o maior número de deputados (221), seguido pelos socialistas (191), CRE (68), liberais (67), sendo esta uma surpresa relativa, comunistas (com 52) e verdes (50).
Falta colocar 54 deputados, sendo que uma parte substancial deverá quedar-se pelo grupo técnico dos “Não Inscritos”, o que lhes concede menos direitos de participação e presença noutros órgãos da instituição.
foto olivia harris, reuters